Batata Doce
Batata Doce - o Carboidrato do Atleta
Sem dúvida, a batata doce é um dos
alimentos fonte de carboidratos prediletos dos praticantes de
musculação, especialmente, dos culturistas. Está sempre presente no
cardápio da maioria dos campeões, principalmente na fase mais específica
da preparação, a pre-contest. Particularmente, tenho utilizado com
grande freqüência este tubérculo na dieta dos atletas sob minha
supervisão, e os resultados são sempre muito expressivos.
A batata doce (Ipomoea batatas) é a raiz de uma planta rasteira, nativa
do continente americano, que cresce sem exigir cuidados especiais para o
cultivo. Embora seja menos consumida que a batata inglesa, ela é muito
apreciada no norte e nordeste do Brasil. Com toda a probabilidade é a
América Central a terra de origem da batata-doce, que pertence à família
das Convolvuláceas.
É cultivada em 111 países, sendo que aproximadamente 90% da produção é
obtida na Ásia, apenas 5% na África e 5% no restante do mundo. Apenas 2%
da produção está em países industrializados como os Estados Unidos e
Japão. A China é o país que mais produz, com 100 milhões de toneladas.
Pode ser cultivada em locais de climas diversos, como o das Cordilheiras
dos Andes; em regiões de clima tropical, como o da Amazônia; temperado,
como no do Rio Grande do Sul e até desértico, como o da costa do
Pacífico.
Além de constituir alimento humano de bom conteúdo nutricional,
principalmente como fonte energética, a batata-doce tem grande
importância na alimentação animal e na produção industrial de farinha,
amido e álcool. É considerada uma cultura rústica, pois apresenta grande
resistência a pragas, pouca resposta à aplicação de fertilizantes, e
cresce em solos pobres e degradados. Em termos de volume de produção
mundial, a cultura ocupa o sétimo lugar, mas é a décima quinta em valor
da produção, o que indica ser universalmente uma cultura de baixo custo
de produção.
No Brasil, há quatro tipos de batata doce, que são classificados de
acordo com a cor da polpa: batata-branca, também conhecida como angola
ou terra-nova, que tem a polpa bem seca e não muito doce;
batata-amarela, parecida com a anterior, mas de sabor mais doce;
batata-roxa, com casca e polpa dessa cor, é a mais apreciada por seu
sabor e aroma agradáveis, sendo ótima para o preparo de doces; e,
batata-doce-avermelhada, conhecida no nordeste do Brasil como
coração-magoado, tem casca parda e polpa amarela com veios roxos ou
avermelhados.
O grande sucesso da batata doce em uma dieta é devido em grande parte a
seu índice glicêmico. Este índice reflete o impacto promovido pelo
carboidrato ingerido nos níveis sangüíneos de glicose, sendo que quanto
mais baixo, melhor (exceto em algumas situações específicas, tal como
imediatamente após um treinamento). Em relação à glicose, o índice
glicêmico da batata doce é 44, o que pode ser considerado baixo
comparando-se com o arroz branco (64) ou com o pão branco (71). Isto a
torna ideal para ser consumida como fonte de carboidratos durante o dia,
e principalmente, entre 1 e 2 horas antes de uma sessão de treinamento
com pesos.
Além do índice glicêmico favorável, esse alimento possui alta taxa de
vitamina A (sobre tudo a amarela e a roxa), vitaminas do complexo B e
alguns sais minerais, como cálcio, ferro, potássio, fósforo e um pouco
de vitamina C. Suas folhas também são bem nutritivas e podem ser
preparadas como qualquer outra verdura de folha.
Muitas pessoas ainda confundem a batata doce com a inglesa, crendo que
os valores nutricionais são semelhantes. Apesar de haver entre os dois
tubérculos uma perfeita concordância no que diz respeito ao teor em
substâncias nutritivas, calorias e água, existe grande diferença quanto
ao índice glicêmico (a batata inglesa possui um IG muito maior). As
batatas-doces também são mais ricas em ferro e possuem 5 vezes mais
cálcio. Isto tem uma importância especial para cobrir determinadas
necessidades dietéticas. Outro caso é o teor em vitaminas. A batata-doce
é muitíssimo mais rica em vitamina A do que a batata inglesa, tendo um
alto valor dietético nas doenças causadas por avitaminose A, além de
possuir mais fibras.
No período pre-contest, qualquer erro pode significar o insucesso do
atleta, portanto a dieta deve ser precisa como um relógio suíço.
Procuramos trabalhar com a menor variedade de alimentos possível, visto
que dessa forma os eventuais ajustes podem ser realizados com maior
facilidade. Dentre esta pequena variedade, preferimos sempre a batata
doce como principal fonte de carboidratos da dieta e com o peito de
frango como principal fonte protéica. Além de não ser necessária a
inclusão de qualquer tempero durante o preparo (que necessita apenas de
água fervendo e nenhuma habilidade do cozinheiro), é fácil ajustar as
quantidades a serem consumidas.
A batata-doce fornece em média para cada cem gramas: 116 calorias, 1,16
gramas de proteínas, 30,10 gramas de carboidratos e 0,32 gramas de
lipídios.
Vale ressaltar que a inclusão da batata doce na dieta do praticante de
atividade física ou atleta em quantidades apropriadas, assim como de
qualquer outro alimento, depende de uma enormidade de fatores, que só o
profissional habilitado pode avaliar. A dieta deve possuir o adequado
equilíbrio entre os nutrientes, pois de nada adianta utilizarmos uma
ótima fonte de carboidratos, se os demais nutrientes da dieta não
estiverem presentes com a mesma harmonia. Consulte sempre seu
nutricionista!
Por Rodolfo Peres
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